Fundado
em 19 de Abril de 1973 em Bad Munstereifel.
Mário
Soares chega a Lisboa de comboio, vindo de Paris, logo em 28 de Abril de 1974,
acompanhado por Tito de Morais e Francisco Ramos da Costa.
Nele
se integra
o Movimento Socialista Popular de Manuel Serra.
Congresso da Aula Magna da
Reitoria de Lisboa em 13, 14 e 15 de Dezembro de 1974.
No
Congresso de 21 de Fevereiro de 1988 é reeleito Vítor Constâncio que, depois
de assinar acordo com o PSD para a revisão constitucional (14 de Outubro) se
demite (27 de Outubro).
No
Congresso de 15 de Janeiro de 1989 é eleito Jorge Sampaio como novo secretário-geral.
Vence as eleições autárquicas em Lisboa (17 de Dezembro de 1989). Consegue
29,1% nas eleições de 6 de Outubro de 1991.
Em
23 de Fevereiro de 1992 é eleito António Guterres
Marxismo
teórico
Em
1974 ainda invoca como inspiração teórica
predominante o marxismo, saudando a revolução soviética como marco
fundamental na história da Humanidade, embora advogue uma via
portuguesa para o socialismo, repudiando, nos sociais-democratas, o facto
desses conservarem as estruturas do
capitalismo e de servirem os
interesses do imperialismo.
Soares, face aos comunistas, dirá
sucessivamente que não é Marx nem Lenine que nos dividem, invocando a
faceta estalinista do movimento cunhalista.
Com os ventos
de Abril, o partido passou do restrito grupo de amigos de Mário Soares a um dos maiores
partidos políticos do regime. Beneficiou da participação activa nos governos
provisórios, da boa ligação à Internacional Socialista e de se ter
tornado na vanguarda da luta contra o comunismo e o sovietismo.
Marx, Sérgio e
Soares
Um
partido que hibridamente procura misturar o
método científico de Karl Marx, o sonho
de Antero, a pedagogia de António Sérgio
e o realismo criador de Mário Soares,
como mais tarde sintetizará Manuel Alegre.
Marxistas dissidentes
A
sua espinha dorsal era constituída
pelos marxistas dissidentes do PCP, desde os que vieram dos tempos do MUD, como
Soares, quer os exilados, como os do grupo de Genebra, com António Barreto,
Eurico de Figueiredo e Medeiros Ferreira.
Republicanos históricos O
segundo grande núcleo provinha dos republicanos históricos, afonsistas ou
sergianos, como Henrique de Barros, Vasco da Gama Fernandes e Raul Rego, quase
todos eles próximos da maçonaria clássica do Grande
Oriente Lusitano.
Católicos
progressistas O
terceiro vector era o dos católicos dos anos sessenta, provindos da JUC e da
JOC, que não começaram pelo marxismo, mas pela doutrina social da Igreja Católica.
Activistas
revolucionários
Seguiam-se
alguns revolucionários das intentonas contra o regime, adeptos da acção
directa, mas insusceptíveis de enquadramento pela disciplina subversiva dos
comunistas, não faltando os exilados estacionados em Argel marcados por um
esquerdismo intelectual quase libertário, como Lopes Cardoso e Manuel Alegre.
Anos oitenta:
●O conflito
entre Mário Soares e a maioria do secretariado nacional do PS atinge o rubro (20
de Junho de 1980), nomeadamente com a disputa para a liderança do Instituto de
Estudos para o Desenvolvimento, financiado pela Fundação Friedrich Erbert.
●Na altura, Soares
reúne com frequência com os seus fiéis, numa espécie de gabinete de guerra,
onde participam, entre outros, Maldonado Gonelha, Jorge Campinos, Eduardo
Pereira, Menano do Amaral, Fernando Barroso, Rui Mateus, Walter Rosa, Almeida
Santos e António Campos.
●Do lado do
secretariado, estão Salgado Zenha, Guterres, Henrique de Barros, António Sousa
Gomes, Teresa Ambrósio, Vítor Constâncio, Jorge Sampaio, Ribeiro dos Santos e
António Reis, apoiados por Oliveira Cruz, Rui Vilar, Pedro Luzes e Miguel
Caetano. Soares decide auto-suspensão de funções no PS, por discordar do apoio a
Eanes, assumido pela maioria do secretariado do partido, principalmente por
Salgado Zenha (18 de Outubro de 1980).
●No IV Congresso do
PS, no Coliseu do Recreios em Lisboa, com reeleição de Mário Soares (13 de Maio
de 1981), o grupo do secretariado não apresenta alternativa e a nova direcção
fica inteiramente soarista, em nome da moção Novo Rumo para o PS. Soares
é reeleito com 72% dos votos, mas a respectiva moção de estratégia apenas
consegue 62% contra os 34% da do ex-secretariado.
●Constituída uma
direcção homogénea de soaristas, com Jorge Campinos, António Campos, Mário Cal
Brandão, Manuel Tito de Morais, Raul Rego, António Macedo, Teófilo Carvalho
Santos, Fernando Vale, Francisco Ramos da Costa, Joaquim Catanho de Meneses,
Eduardo Pereira, Walter Rosa, Rui Mateus e Jaime Gama. (10 a de 1981).
●Socialistas reúnem 12 congressos
distritais. Vitória esmagadora dos soaristas, à excepção de Braga (12 de
Fevereiro de 1984).
●Vítor Constâncio assume o cargo de
secretário-geral (20 de Junho de 1986). Demite-se da liderança do PS (27 de
Outubro de 1988). Sucede-lhe Jorge Sampaio.